Rubem Valentim nasceu em Salvador (BA) no ano de 1922 e faleceu em São Paulo em 1991.
Autodidata, começou a pintar em meados da década de 1940 quando, ao lado de outros então jovens artistas, contribuiu para o movimento de renovação do panorama cultural baiano.
Formado em Odontologia, exerceu por alguns anos a profissão, da qual foi-se afastando gradativamente por volta de 1948 para se consagrar cada vez mais à pintura. Nesse mesmo ano ingressou no Curso de Jornalismo da Universidade da Bahia, que concluiu em 1953.Em 1949 participou pela primeira vez de uma coletiva - o Salão Baiano de Belas Artes, no qual seria premiado em 1955 -, e em 1954 fez a sua primeira individual, na Galeria Oxumaré de Salvador.
Artista dotado de grande originalidade, já então praticava uma pintura não-figurativa de base geométrica, num tempo e numa cidade em que o abstracionismo não era bem aceito.Transferindo-se em 1957 para o Rio de Janeiro, Valentim passou a participar ativamente da vida artística dessa cidade e da de São Paulo, expondo em inúmeras coletivas, salões e certames, como a Bienal de São Paulo, o Salão Paulista de Arte Moderna (medalha de ouro em 1962). No Salão Nacional de Arte Moderna ganhou o prêmio de viagem ao estrangeiro em 1962. Com esse prêmio embarcou em 1963 para a Europa, fixando-se em Roma após visitar vários países. Na capital italiana permaneceria três anos, realizando em 1965 uma individual na Casa do Brasil, além de participar de algumas coletivas.
Em setembro de 1966, após tomar parte no Festival Mundial de Artes Negras de Dacar (Senegal), retornou ao Brasil e se fixou em Brasília, atendendo a convite para dirigir o Ateliê Livre do Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília, função que desempenharia até 1968. No mesmo ano do regresso participou com sala especial da I Bienal Nacional de Artes Plásticas, em Salvador.
Sua pintura transformou-se, assim, em totem, altar, estandarte, escultura pintada, objeto emblemático eivado de uma grave e recôndita religiosidade. Dessacralizador de fetiches e de objetos rituais, aos quais imprime os contornos de uma semântica peculiar, Rubem Valentim tem sido considerado por alguns estudiosos, entre eles José Guilherme Merquior, o pioneiro de uma arte semiótica brasileira.