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Desde criança gostei de construir objetos. Talvez por herança de meu pai que deixou uma infinidade de ferramentas de todos os tipos. Mas aos 20 anos fui pego pelo cinema onde, curioso que sou, fiz praticamente de tudo. Produção, edição, fotografia, efeitos especiais, direção, projetos de cenografia... Por 45 anos respirei cinema. Longa metragens, documentários, publicidade e por aí fui. Fui até a pandemia me pegar e o tempo também. Cinema para mim então se transformou em lazer.

E procurei ocupar o infinito tempo livre em atividades como desenho, colagem, textos autobiográficos (que só posso publicar quando e se for o último sobrevivente da família). Mas nada me satisfazia verdadeiramente.

De uma conversa com um amigo arquiteto surgiu a idéia um projeto áudio visual sobre os múltiplos usos do bambu. Para buscar inspiração comprei um pacote com cem varetas de bambu, dessas de fazer pipas. Por 15 dias acordei vendo as varetas em cima da minha mesa. Estáticas. Uma noite resolvi abrir o pacote e espalhei o conteúdo em cima da minha cama. Fiquei olhando, parado. E minha visão começou a movimentar as varetas como se mudassem de plano entre si. Comecei a montar peças que geram essa ilusão de movimento e que, dependendo do ponto de vista, algumas se transformam radicalmente. Pretenciosamente falando, um Escher em 3D.